09/02/2007



Anda-me mesmo a apetecer um partidinha de Carrom!


17/01/2007

'Calou-se o sino, o que chega a mim agora é o eco das flores’
Bashô

27/12/2006

M. Ward - "Chinese Translation"

13/12/2006

30/11/2006


Boa Praça!

28/11/2006



Da carta de Cesariny a Pacheco:

(...)A tua verdade histórica é a merda. Diferente da minha neste ponto: é possível que a minha vida tenha dado cabo de mim, ou eu cabo de mim nela; o amor que tenho à vida fez-me sempre evitar dar cabo da vida dos outros. Não "enterrei" ninguém sempre até á última quis a vida dos outros. Tu incluído. A tua pressa em dar cabo dos outros, diz-me que vida é. E que espécie de cabo. (...) "O senhor não é palhaço, o senhor é escritor". estas linhas do Lisboa, cantei-tas várias vezes, em vários tons. Soube isso no teu texto dos Doutores, Salvação e Menino, que continua a ser para mim o texto lúcido que, em literatura, a época forneceu. Soube-o de novo, com imensa alegria, na publicação do Teodolito. Diante de um texto tal hão-de curvar-se, sem querer, todos os merdas do literário lisboeta. E, o que é mais: pela primeira vez encontrava a tua humanidade, a tua forma natural de sorrir - tens o sorriso mais bondoso, espanta-te, de quantos vi a tentar abrir lábios: sai quase sempre careta, lá diz o Lautréamont - diante das calamidades. Melhor, eras o homem que se confessava isso, homem, e em que mundo assim, de que maneira! Nada a ver com os teus papelinhos acusatórios, de boa ou má esguelha, para a vida ou para a morte dos outros. Creio que não piorei o texto publicando-o com as "emendas", ou "chaves" que tu próprio aceitaste. Acho mesmo que ficou melhor, o que decerto te ofende. Outros textos tens parido de igual, ou maior altura? Este o Luiz Pacheco que conheço, o único que de facto existe e posso amar, mesmo conservando na gaveta, como conservo, e não esquecendo, não são para esquecer, feridas abertas. Em corpo frágil.

10/11/2006

Regata

Era numa cidade meridional
era o dia da dura prova.
Barcos acolhiam jovens remadoras.
O timoneiro aquecia as mãos na bandeira
e apresentava o homen do sinal:
fumador de charutos,
dobrava os polegares
e pintava de amarelo cabelos em extinção.
Ele disparava
e as remadoras, em barcos rivais, inclinavam-se,
porém sem mergulhar os remos.
"À tarde somos incapazes
não iremos agora magoar a àgua,
talvez uma saída até ao navio histórico
o da tinta sem nome de cor".
Solidários, os descarregadores deixavam cair
caixotes sobre o público.
As remadoras pontapeavam frutos espalhados pelo cais

em "Visões e Demonstrações", Maria Teresa Duarte Martinho

31/10/2006

Por el mole de Abigal (La cumbia del Chocolate)



Cuentam que en Oaxaca, se toma el mezcal con cafe
Dicem que la hirba, le cura la mala fe
A mi me gusta el mole, mi soledad me va a moler

Mi querida Soledad, me va a guisar um moilito.
Por el cielo de Monterrey, de noche sueño contigo

Se muele con cacahuate
Se muele tambien el pan
Se muele al almendra seca
Se muele el chile tambien la sal
Se muele ese chocolate
Se muele la canela
Se muele pimienta y clavo
Se muele la molendera

Cuentam que en Oaxaca con agua es el chocolate
Dicem que en la fiesta todito se ha de quemar
Para que haga su manda por la passion de Soledad

Lila Downs



Um alegre tributo à gastronomia mexicana e um dos seus pratos mais populares e significantes. A letra faz referência à preparação do molho (salsa) de chocolate que se usa no "Mole", elemento central em muitas festas e eventos comunitários ...

25/10/2006

Perigo de Vida

É grande o risco da palavra no tempo
maior mesmo talvez que no mar
Eu fui a margem do dia despedir um amigo
e não houve no cais
iniciativa verbal que edificasse
uma só tenda para o nosso coração
Éramos peregrinos
que deixam a saudade de turistas
ausentes na rua de Outono
Morríamos contra a curva dos dias
a morte rotativa e provisória

Tivesse a própria palavra lábios
e nenhum clima poderia
arrefecer-lhe o coração
Tivesse ela lábios e não seria
tão grave o risco no tempo e no mar

Ruy Belo

24/10/2006


Couchim, India

17/10/2006


Lindoso, Serra do Soajo

13/10/2006

Da rebelia adâmica, e o fruto
Da árvore interdita, e mortal prova
Que ao mundo trouxe morte e toda a dor,
Com perda do Éden, ‘té que homem maior
Nos restaure, e o lugar feliz nos ganhe,
Canta, celestial Musa, que no cume
Do Orebe, ou do Sinai lá, inspiraste
O pastor que ensinou a casta eleita,
De como no princípio céus e terra
Se ergueram do Caos; (…)

John Milton, in Paraíso Perdido (tradução Daniel Jonas)



John Milton nasceu em Londres, no ano de 1608. Cerca de 59 anos mais tarde, totalmente privado de visão, este autor deu a conhecer os dez livros que compõem Paradise Lost. As reacções por parte dos críticos não tardaram; hoje, é inquestionável o estatuto canónico de uma das obras máximas da literatura mundial. Para isso, terá contribuído Harold Bloom que ajudou a compreender Paradise Lost como um texto capaz de guiar o leitor até à verdade e à libertação através de 10565 versos: "O que faz com que O Paraíso Perdido seja único é a sua surpreendente mistura de tragédia shakespeariana, épica virgiliana e profecia bíblica". (Harold Bloom, 1994)

Daniel Jonas (Porto, 1973) é também autor do livro de poesia Os Fantasmas Inquilinos (2005), publicado pelos Livros Cotovia.













SANTIAGO YDAÑEZ




SERGIO BELINCHON

11/10/2006


Ponte da Barca

27/09/2006


Cordoama, Vila do Bispo

18/08/2006

08/08/2006

My Dear Someone

I wanna go all over the world,
And start living free
I know that there's somebody who,
Is waiting for me
I'll build a boat, steady and true
As soon as it's done,
I'm gonna sail along in a dream,
Of my dear someone

One little star, smilin' tonight
Knows where he lies
Stay, little star, steady and bright,
To guide me afar
Rush, little wind, over the deep,
For now I've begun

Hurry and take me straight into the arms,
Of my dear someone

Hurry and take me into the arms,
Of my dear someone


Gillian Welch

Uma canção perfeita de uma cauntautora fascinante, de quem Emmylou Harris disse: 'Gillian writes with what at first seems to be childlike simplicity, but on closer listening, you realize you are in the presence of an old soul, one who knows the blue highways of the heart. Aqui uma entrevista ao "The New Yorker", com delicioso título "The Ghostly Ones".

20/07/2006

18/07/2006

17/07/2006


-Ant-

14/07/2006



Numa noite em que o céu tinha um brilho mais forte
e em que o sono parecia disposto a não vir
fui estender-me na praia sozinho ao relento
e ali longe do tempo acabei por dormir

Acordei com o toque suave de um beijo
e uma cara sardenta encheu-me o olhar
ainda meio a sonhar perguntei-lhe quem era
ela riu-se e disse baixinho: estrela do mar

Sou a estrela do mar
só a ele obedeço, só ele me conhece
só ele sabe quem sou no princípio e no fim
só a ele sou fiel e é ele quem me protege
quando alguém quer à força
ser dono de mim

Não sei se era maior o desejo ou o espanto
mas sei que por instantes deixei de pensar
uma chama invisível incendiou-me o peito
qualquer coisa impossível fez-me acreditar

Em silêncio trocámos segredos e abraços
inscrevemos no espeço um novo alfabeto
já passaram mil anos sobre o nosso encontro
mas mil anos são pouco ou nada para a estrela do mar

13/07/2006


E já passou um ano... uma das nossas praças de sempre!

12/07/2006

Alguém diz com lentidão:
" Lisboa, sabes..."
Eu sei.
É uma rapariga
descalça e leve,
um vento súbito e claro
nos cabelos,
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta
nos lábios e nos dedos,
descendo degraus
e degraus
e degraus até ao rio.

05/07/2006

Há Blog novo na Praça! Chama-se Alfa Arroba e promete fazer estragos nos pés!

O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que se lançou pela primeira vez um olhar inteligente sobre si próprio: as minhas primeiras pátrias foram os livros.

"Memórias de Adriano", Marguerite Yourcenar

04/07/2006


"Yellow Lady", Walasse Ting

30/06/2006


"Sansa" é nome de filme (o autor, Siegfried, chama-lhe ensaio) que vai à Praça.
É uma obra genial, uma espécie de poesia da errância que nos faz viajar através de um super herói marginal e incrivelmente simpático. Rodado em França, Espanha, Itália, Hungria, Rússia, India, Japão, Egipto, Portugal, Gana e Burkina Faso... paisagens de fronteiras.
Sansa é também um personagem, um homem livre, um Corto Maltese dos nossos dias. Ele ama as mulheres e as estórias de amor. A câmara acompanha-o, ele anda a pé, de comboio, deambula, observa o mundo. Sansa é uma sinfonia de rostos, de reencontros memoráveis... há sempre a polícia, o chefe de orquestra e o violino de Ivry Gitils (Bartok, Debussy, Ravel...) a guiar os seus passos. Sansa não passou nos cinemas portugueses, mas pode ser encontrado numa praça qualquer. Cabe a nós descobri-lo. E, se por acaso der com ele, aproveite para dar dois dedos (gordos) de conversa.



Lana Maior, Pirineu Aragonês

28/06/2006

Não me leve a mal
Me leve à toa pela última vez
A um quiosque, ao planetário
Ao cais do porto, ao paço

O meu coração, meu coração
Meu coração parece que perde um pedaço, mas não
Me leve a sério
Passou este verão
Outros passarão
Eu passo

Não se atire do terraço, não arranque minha cabeça
Da sua cortiça
Não beba muita cachaça, não se esqueça depressa de mim, sim?
Pense como eu vim de leve
Machuquei você de leve
E me retirei com pés de lã
Sei que o seu caminho amanhã
Será um caminho bom
Mas não me leve

Não me leve a mal
Me leve apenas para andar por aí
Na lagoa, no cemitério
Na areia, no mormaço

O meu coração, meu coração
Meu coração parece que perde um pedaço, mas não
Me leve a sério
Passou este verão
Outros passarão
Eu passo


"Leve", Carlinhos Vergueiro - Chico Buarque

E porque o Chico Buarque continua a dar-nos grandes canções e a fazer-nos sonhar com amores adolescentes no Rio... este Bolero/Canção tem rolado muito cá pela praça.


Cai a tarde no Arquipélago, e um Bijagó recria-se com algumas tartarugas bebés... apenas uma em cada mil consegue atingir o estado adulto.

20/06/2006

19/06/2006

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Nicky: There's two of yer! Who's he?
Artful Dodger: New pal.
Nicky: Where's he from?
Artful Dodger: Greenland.

"Oliver Twist", Roman Polansky

16/06/2006

14/06/2006

Forced Entertainment - "The World in Pictures"



Somewhere, amid the frequent downfalls of fire-proofed theatrical snow, the ragbag of dodgy costumes, the swirling music and the improvised scenery there’s a bold attempt to tell the Story of Mankind.

Complete with cavemen in bad wigs and over-enthused performances this epic narrative sets the tone with its beginning – a recreation, in the form of a ‘volcano dance’ – of a scene from the 1970’s movie depicting prehistoric life; One Million Years BC. Attempting to steer us from cave to shopping mall this ill-advised version of the Story of Man proceeds to unravel amidst a storm of variably inaccurate advice and lewd interjections from the narrator’s disruptive ‘chorus’ of colleagues.

Omitting much more than it can ever find words or time to describe The World in Pictures finds its shambolic, mock grandiose and comical way from way back then to right here and now, somewhere along the way finding an articulacy and a pathos that its stumbling beginnings do not hint at.

By turns a disarmingly low-key thought-experiment which slowly takes us to another place and an illustrated lecture on the contents of the contemporary world, The World in Pictures deftly moves beyond the confines of its narrative, to touch on memory, mortality, the past, the future and the intricate detail of our own lives.

09/06/2006

Maradona no es un hombre cualquier...



Saúda-se o regresso de um velho amigo à blogoesfera.
Vamos ficar atentos ao novo Timor ba nafatin

07/06/2006


Aviso geral à navegação: a Alcofa vai-se pôr em viajem,
rumo ao Vale do Pati, Parque Nacional da Chapada Diamantina,
Bahia, Brasil.



Balun - Cuidade al caminar

05/06/2006

"Discotheater" - Teatro Praga

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Discotheater é um espectáculo que começa quando os outros acabam. Quando os teatros estão a apagar as luzes. Quando os actores se estão a desmaquilhar. Quando as portas se estão a fechar depois de um até amanhã.
Discotheater é um espectáculo a cavalo entre o teatro e o que é do teatro. Entre a História e o zeitgeist (espírito do tempo). Entre teorias e factos. Entre arte, tradição e autoridade. Entre arte correcta e incorrecta. Entre o meio através do qual se escreve e o modo de o praticar. Entre improvisação e perícia. Entre o sacrifício romântico e o triunfo doloroso. Entre wahn und witz (ilusão e presença de espírito). Entre o dionisíaco e o apolíneo.
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Uma discoteatralização contínua. Uma linha de montagem de imagens e de rasgos explosivos de mestria. Uma phantasmagoria. Um não-lugar discoteatral povoado de mestres que paradoxalmente ensinam a sua mestria não ensinando, mestres que se autoproclamam como tal. Tudo e todos à espera da luz. Do aufklärung (iluminação). It sounded so old – yet was so new. Soava tão velho, mas ao mesmo tempo era tão novo. Nos tempos que correm, a procura do novo deriva de uma consciência que perdeu o pé perante o real, pois parece ser uma deriva quixotesca. Uma mestria impraticável. Um desejo do que não existe. Uma coisa que não há. Por isso, um gatilho para ensaiar uma continuação. E se nos lembrarmos que já caíram folhas secas de uma teia, que já houve uma tempestade de produtos alimentares no palco, que já houve três mil convidados para ver uma galeria vazia, que já irromperam cavalos pela cena, que já foram confeccionadas refeições quentes servidas por actores-músicos, que já se construiu um cenário labiríntico por onde os espectadores tinham de encontrar o seu caminho, que já se fez um chão-canteiro repleto de cravos vermelhos, o que nos restará a nós? Só mesmo continuar.
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Imagem de sonho: durante o espectáculo, cairão imensos copos por essas pistas fora, um deles manchará um vestido que cobre um corpo que não o previra. Essa pessoa pensará que preferiria ter nódoas negras espalhadas pelo corpo encobertas por um vestido imaculado.
No Discotheater sentir-nos-emos como se estivéssemos dentro de um sonho. Tivemos um sonho maravilhoso que mal nos atrevemos a pensar nele, pois temos medo de o ver desaparecer. É essa precisamente a nossa missão: interpretar e fixar sonhos. Não haverá nada mais do que isso. Vamos contar-vos o nosso sonho matinal. E esperamos acordar ao mesmo tempo. Era assim que gostávamos que fosse.

Teatro Praga, Março de 2006
2 / 3 / 9 / 10 Jun - 24h /06h, no Picadeiro do Museu de História Natural (Politécnica, ao Príncipe Real)

01/06/2006


Aqui fica o programa completo e o sítio!

29/05/2006



Antónia Font! Que guay, que guay, que extraterrestres más originales!

12/05/2006



N'Alcofa os fabulosos Clem Snide, uma banda de Brooklyn com um nome retirado do "Naked Lunch" de William S. Burroughs. E para nos alegrar o dia oiçam este Fill Me With Youre Light (mp3).


Qual é a visão que tem da história da sua vida?

Eu sou testemunha de uma época ultrapassada, que conta histórias povoando-as com as suas experiências, as suas recordações, as fábulas que lhe foram transmitidas na infância. A minha vida está cada vez mais desligada do presente. Em Córdova, desde 1989, na sequência de uma exposição e do portfolio Corto em Cordoba, editado pelos meus amigos italianos da libraria parisiense Tour de BabeI, o município cede-me uma residência muito antiga da luderia, o velho bairro judeu. Lá organizo festas, reunindo todo tipo de amigos, desde os santos ébrios às putas moralizantes: gosto de reunir gente diversa, e de provocar assim situações originais. Convido os ciganos, que dançam e tocam uma música que remonta à Idade Média. Em Córdova, não há como os ciganos para poder dar um espectáculo de romanças sefarditas.
Algumas das pessoas que convido são consideradas importantes: homens de negócios apressados, editores sempre entre dois aviões, entre dois contratos. Observam e escutam esse espectáculo, e dizem-me que aquela é que é a verdadeira vida. Eles começam a interrogar-se sobre o seu modo de vida, sobre o interesse real do que fazem, e já não querem saber do trabalho. Essas festas são uma viagem ao passado, uma viagem estética em busca da beleza perdida. E graças a essas festas, a beleza do passado faz-se de novo presente. Nessa música sefardita, no olhar dessa bela judia renasce a luderia de Córdoba. Nessas ciganas de sangue judaico, é Rebeca que está de regresso a Córdova, e Rebeca é sempre bela.


Convoco também as descendentes dos Almorávidas berberes, elas vestem-se como outrora, elas dançam, elas cantam, e através delas Fátima é sempre bela. Lá fora, está muito calor, mas aqui o pátio cheio de sombra está florido todo o ano. Ouve-se o repuxo de água, um cigano toca guitarra, uma nuvem passageira confere uma nova tonalidade aos azulejos. As rolas levantam voo das laranjeiras que rodeiam a mesquita. Essa maravilha de pedra é trabalhada como um bordado, cujos motivos fossem fechaduras: falta apenas a chave para abrir a porta do paraíso muçulmano. No pavimento do pátio -um tapete mineral -as jovens dançam, pavimento do pátio -um tapete mineral -as jovens dançam, e Rebeca e Fátima são sempre belas.

Hugo Pratt, “O desejo de ser inútil”

10/05/2006

Porque há coisas que vale a pena conhecer e divulgar, a Pé de Chicória é um espaço que dá a conhecer o novo artesanato feito por duas mulheres de Castro Verde: na cerâmica Vanda Lopes, trabalha as cores e Paula Maurício os tecidos. São sonhos, um conjunto de formas, cores e materiais que dão corpo ao novo artesanato feito no Alentejo.

09/05/2006

Árvores que dão pássaros

Os pássaros nascem na ponta das árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
quando o outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem com a poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração

Ruy Belo, "Homem de Palavra[s]" (1970)

08/05/2006


"The Wave", William Adolphe Bouguereau

Quando tu vens ao meu encontro
sorrindo

Rosa precipitada
antigo Mar Vermelho
meu coração
abre-se

in "Cerejas", Ana Hatherly

“A Vida nos Rios de Portugal – Peixes & Companhia”

Até ao dia 9 de Julho está em exibição na sala Polivalente do Aquário Vasco da Gama uma exposição temporária com o objectivo de divulgar a fauna dos rios de Portugal. Em aquários que recriam seis habitats diferentes, típicos dos rios portugueses, poderá observar espécies vivas de peixes, acompanhados das espécies mais comuns de anfíbios e répteis.
Pretende-se assim alertar para a riqueza piscícola dos nossos rios e sensibilizar os cidadãos para a conservação do inestimável património biológico dos cursos de água. Esta exposição é montada com a colaboração da Unidade de Eco-etologia do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) que preparou também um site onde poderá encontar informação detalhada sobre a riqueza biológica dos cursos de água existentes em Portugal. + informação em
http://www.peixesdeportugal.com.