23/06/2004

Dazkarieh, celebração da vida!

A primeira sensação que tenho do concerto da Quinta-feira passada, é que há uma evolução constante e um amadurecimento no som dos Daz, fruto por certo, de muito trabalho e investigação dos músicos. Achei este concerto mais sólido do que o de à dois anos, igualmente no Carmo, mantendo-se o espírito celebrativo da vida. O som está mais denso e potente, assim como o gosto do risco e da experimentação, aproximando-os do círculo Mustradem (Djal, Dédale).



Para mim, um dos factores chave para este notável crescimento é o guitarrista Ricardo Gouveia, que eu já conhecia do projecto “Igarapé”, exímio tocador de cordas. Por ele passa toda a musica da banda, tocando além de guitarra, bouzouki, cavaquinho e baixo eléctrico.

A banda também ganhou com a entrada de Pedro Roxo, contabaixista, um musico experimentado, eclético, que já foi Bailia e que também orbita o círculo das musicas improvisadas (leia-se turma Nuno Rebelo).

Nas vocalizações, os Daz também estão diferentes, a estreante vocalista Helena, tem um registo totalmente diferente de Marie Beatriz Lúcio, com um timbre mais quente, combinando bem com Nuno Patrício, notando-se que pode evoluir ainda mais.



É dificil destacar um momento no excelente concerto nas ruínas, mas foi bom sentir ao vivo o espírito Dazkarieh em, entre outros, “Miafâre Boi”, para mim uma síntese perfeita do som da banda, diálogo entre bouzouki e violoncelo (Hugo Fernandes).

Depois do concerto, ainda houve tempo para um baile jam à porta do Convento do Carmo, com muita gente a conviver, a tocar e a dançar. Haja paz para continuar sempre neste espírito.

Um bem haja ao Daskarieh e à Bigorna Forja-Cultural.

As fotos são do Zé Miguel At-tambur.