22/03/2005

Camões e a Música

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"Na pátria dos lusíadas, as artes, as variegadas formas de expressão artística, não têm sido atendidas nem fruídas com igual grau de intensidade. A umas sempre se atribuiu bem maior relevo do que a outras. E nessa prolongada desigualdade histórica coube à arte dos sons lugar de malquerença, de maior desestima, estatuto de parente pobretana. De entre todas as clássicas formas, e considerando tão só essas, a música foi, se muito me não engano, a mais desfavorecida de todas elas. (...)Disso mesmo é prova o presente ensaio que agora de novo se dá à estampa. Foi preciso esperar pelo IV Centenário da morte de Camões e pela especial edição d’Os Lusíadas evocativa dessa mesma efeméride para ver aparecer os primeiros trabalhos de investigação sobre a relação do nosso grande Vate com a arte dos sons e sobre a comparência desta na sua obra; como se nesta a música da palavra poética – «a mais musical de todas as músicas de Camões», no dizer do Autor do presente livro – não fosse de suficiente intensidade para despertar o desejo da perscrutação.

João Maria de Freitas Branco